Muitas escolas já perceberam que o Enem não é mais apenas um simples exame de avaliação de conhecimentos dos alunos que terminam o Ensino Médio e já implementaram diversas ações que as colocaram no topo do ranking. Isso porque em 2009 o exame passou por uma reestruturação e agora tem como um dos objetivos principais servir como forma de seleção para as universidades públicas brasileiras.
Essa mudança, claro, fez com que as escolas também repensassem seu foco de preparação para vestibulares locais para trabalhar também a preparação dos alunos para o Enem. Se a sua escola também quer se tornar a número um, seja no seu bairro, cidade, estado ou até no país, é preciso ter foco.
O primeiro passo é fazer toda a equipe da escola se aprofundar ao máximo sobre o tema, pois só assim é possível enxergar quais as reais necessidades da sua escola e quais são as possíveis soluções para os problemas percebidos. Já experimentou, por exemplo, utilizar o histórico de desempenho dos seus alunos que já fizeram o exame para conseguir avançar ainda mais? Vamos mostrar como fazer isso.
Conheça a matriz de referência do Enem
A Matriz de Referência do Enem é um documento construído pelo Ministério da Educação (MEC) com base nas habilidades exigidas pelos vestibulares tradicionais brasileiros. Ela é organizada por área do conhecimento: Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática e Linguagens e Códigos. Cada área possui competências específicas que são detalhadas em habilidades.
Essa matriz é utilizada pra direcionar a elaboração das questões do Enem. Logo, conhecer bem essa matriz já garante um importante diferencial para a escola, pois a instituição já sabe exatamente tudo o que é possível ser cobrado nas provas.
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Acompanhe a evolução da escola no Enem
Com os dados das provas anteriores, a escola pode montar um panorâma de como seus alunos têm se saído no Enem desde 2009. Este histórico é a chave para a escola perceber se o desempenho dos alunos está melhorando, piorando ou se mantendo ao longo dos anos. Acompanhar o histórico de evolução da escola permite também saber se as fragilidades dos alunos em determinadas habilidades ou em determinados conteúdos são pontuais ou históricos, possibilitando tomar decisões de correção mais acertivas.
O melhor caminho para a análise da nota em uma área é avaliar a evolução das médias da escola nesta área. Entretanto, é preciso estar atento e evitar armadilhas na hora de analisar a evolução como: evolução das médias na cidade, estado, país, perfil socioeconômico dos alunos, dentre outras informações que influenciam não apenas o resultado em si, mas também a sua análise.
Implemente estratégias com foco no Enem
Todas essa informações só farão sentido se coordenação e professores estiverem alinhados com os objetivos da escola. Assim, com base em diversos estudos que tratam sobre a função do coordenador nas escolas, sugerimos o seguinte passo-a-passo para implementar estratégias pedagógicas com foco no Enem.
1º Passo: Procure soluções adequadas
A coordenação precisa estar atenta às necessidades da comunidade escolar para saber como agir. Há diversas formas de fazer isto: acompanhando professores em sala de aula, realizando reuniões periódicas com a equipe docente, promovendo encontros com os alunos para obtenção de feedback e também analisando dados das avaliações feitas pelos alunos.
Como o MEC disponibiliza os dados detalhados do Enem, a coordenação pode obtê-los para analisar o aprendizado e desempenho dos alunos no exame. Esses dados, no entanto, não são de fácil leitura e compreensão, mas plataformas como o +Enem já fazem o trabalho de tratamento de dados e oferece as informações que a coordenação precisa para colocar em práticas suas estratégias pedagógicas.
2º Passo: Reúna com toda a equipe docente
Na primeira reunião, a coordenação deve focar o encontro na apresentação da matriz de referência do Enem e falar de sua importância para melhorar o aprendizado e os resultados dos alunos. Se possível, a coordenação pode realizar oficinas e workshops com os professores para torná-los especialistas no Enem.
A pedagoga Silvana Tamassia, uma das coordenadoras do curso “Gestão para a Aprendizagem”, realizado pela Fundação Lemann e Elos Educacional, explica que qualquer formação para ser eficiente precisa atender às especificidades daquela realidade escolar. Para descobrir quais são as necessidades de formação, o coordenador pode analisar os resultados dos alunos indicando os conteúdos mais críticos na aprendizagem e que podem ser os mais vulneráveis na formação do docente.
3º Passo: Reúna com os professores de cada área
O passo seguinte é apresentar à equipe o desempenho dos alunos por área do conhecimento no exame. Dessa maneira, todos os professores das disciplinas que compõem a área de Ciências Naturais, por exemplo, devem participar do encontro. Na ocasião, devem ser repassadas informações detalhadas sobre o histórico de desempenho dos alunos na área, quais são as habilidades que mais são cobradas nos itens do Enem, pois assim todos saberão em quais conteúdos é preciso focar.
Municiar os professores com informações e dados detalhados vai auxiliar a elaboração de planos de aula focados nas fragilidades dos alunos e também integrados, de forma que todos os professores das disciplinas de cada área possam conversar e atuar conjuntamente.
4º Passo: Monte um plano de ação
Os momentos de reunião pedagógica devem ser priorizados para estudo e reflexão da prática, incluindo-se aí momentos de planejamento coletivo, em que os professores podem trocar experiências e ideias para desenvolver as melhores estratégias visando o alcance dos objetivos propostas para cada faixa etária e/ou turma, afirma Tamassia.
Assim, ao final desses encontros, mais do que reflexões, é preciso criar um plano de ação com objetivos específicos, metas claras e, se possível, um cronograma que defina quando determinados conteúdos serão trabalhos e avaliados. Ter um documento com todos os encaminhamentos discutidos nas reuniões é fundamental para que o professor saiba como planejar suas ações pautadas no que foi discutido e busque qualificar a sua prática.
5º Passo: Monitore e avalie constamente
De nada vai adiantar ter todo o trabalho de identificar fragilidades e falhas no processo de ensino e aprendizagem e propor ações corretivas se não houver contante acompanhamento, avaliação e monitoramento dos resultados. Segundo Silvana Tamassia, é importante aferir constantemente o aprendizado dos alunos.
Aferir o aprendizado dos alunos é essencial para que os gestores da escolas possam atuar de forma mais acertiva e para que os professores possam fazer intervenções que levem os alunos a avançarem em seu processo de aprendizagem.
A pedagoga explica ainda que esse processo deve ser elaborado em conjunto com os professores, que se crie instrumentos de monitoramento e avaliação interna e que se fique de olho também nos indicadores e dados externos.
Só assim, com base em dados, em evidências, o coordenador poderá fugir do papel de ‘bombeiro’, que passa a maior parte do tempo ‘apagando incêndio’, para que possa agir na causa dos problemas, garantindo assim a aprendizagem de seus alunos.