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Com quem devo partilhar os resultados?

O período entre a divulgação restrita e a divulgação pública é um excelente momento para que a direção prepare o seu corpo pedagógico para atuar em uma mesma linha com relação aos resultados da escola no Enem. Cada escola possui um organograma próprio e a direção sabe com quem é melhor contar. Independente da quantidade de pessoas envolvidas, é muito relevante ter pessoas do corpo pedagógico participando do processo de construção de um posicionamento da escola em relação aos resultados. A escola ter um posicionamento é muito relevante para engajar a comunidade escolar, afinal posicionar-se é reconhecer a importância desse exame para a escola.

Quais dados que devo compartilhar com a equipe pedagógica?

Todos os dados divulgados preliminarmente deverão ser compartilhados. Neste caso também é importante compartilhar os nossos conteúdos, principalmente o infográfico da página de resultados comentada e o artigo: 10 erros que você não pode cometer ao analisar os resultados do Enem por escola. Ao longo da campanha, disponibilizaremos outros conteúdos, e indicamos que todos eles sejam compartilhados com a equipe diretamente envolvida na análise dos resultados.

Quais as médias da escola nos anos anteriores?

Os dados de médias dos anos anteriores deverão estar organizados, pois uma das possibilidades de análise dos resultados é a comparação ao longo dos anos.

Quais as taxas de participação da escola em anos anteriores?

A taxa de participação permite posicionar qual a representatividade dos resultados. O Enem é um exame voluntário e muitas vezes os alunos mais comprometidos são aqueles com maiores rendimentos. Então, baixas taxas de participação poderão reproduzir resultados que não são representativos da escola. O olhar sobre a evolução das taxas de participação, além de posicionarem a representatividade dos resultados, também permite a análise sobre o interesse dos seus alunos na avaliação.

Quais são as formas de divulgação dos resultados?

É preciso que as pessoas envolvidas com o processo de análise de resultados conheçam quais as fontes de resultados do Enem. Isto é muito importante, pois irá evitar ruídos na comunicação, expectativas e mesmo equívocos na análise. Basicamente são três as fontes de resultados: a página da escola no portal do Inep, a planilha e os microdados.

A página de resultados da escola possuirá um acesso restrito até o dia 27-07. Em nosso conteúdo “Infográfico da página de resultados comentada” é possível saber quais os dados são disponibilizados nesta página. A planilha é um arquivo disponibilizado para download no site do Inep e nela encontramos os resultados de todas as escolas (públicas e privadas) que tiveram mais de 10 participantes e no mínimo 50% de taxa de participação no Enem 2014. A cada ano a planilha tem diferentes formatos e dados. É bem provável que além de possuir os mesmos dados que a página da escola no site do Inep, a planilha também tenha alguma novidade. O ano passado foi a média dos 30 alunos com maior média.

É correto o cálculo de uma média para as áreas do conhecimento?

O cálculo de uma média nas áreas é limitado devido a alguns aspectos. A prática de cálculo de uma única média, é herança da primeira divulgação realizada em planilha pelo MEC. Em 2009 ele apresentou uma média geral, somando todas as áreas e redação, divididos por 5 e em 2010 apresentou a média nas áreas do conhecimento e a média na redação. Porém, a ideia de uma única média já estava incorporado à leitura dos dados e por isso, em 2011 e anos posteriores, a imprensa manteve a prática de cálculo de uma média. Pela redação não utilizar TRI desde 2012, a média geral trata-se da média nas provas objetivas.

A limitação em calcular uma média objetiva é que uma determinada área teve maiores notas em relação a outras. Uma escola que tiver melhor rendimento nesta área poderá se beneficiar com uma “colocação” melhor, visto que o peso dessa área será muito maior.

A escola com maior média é a melhor escola?

Equivocadamente, a média geral de uma escola no Enem passou a ser um indicador que qualidade da escola. São vários os aspectos desse equívoco. O Enem é um exame criado para avaliar o indivíduo e não a escola. Um exame que viesse avaliar a escola com certeza levaria em conta outros elementos. Veja, por exemplo, a avaliação de cursos superiores. Nela, além da prova de conteúdos acadêmicos (Enade), há uma pesquisa de percepção com os alunos, é avaliado o corpo docente e as instalações. Entretanto, na ausência de uma avaliação para escolas, principalmente as privadas, o Enem acabou ocupando esse papel. No que tange à avaliação de uma escola, o Enem é relevante como mais um elemento para a instituição poder avaliar o aprendizado dos seus alunos, porque além de usar a TRI, que qualifica a comparação ao longo dos anos, há o resultado de outras escolas, o que traz mais uma referência para a análise.

Existem escolas que usam recursos duvidosos para ter melhores posições no ranking?

Sim, porém, com o crescimento da atenção sobre os resultados do Enem, as escolas que criam unidades com alunos pré-selecionados estão sendo expostas, principalmente pelo maior conhecimento que se tem e algumas inclusive questionadas pela mídia.

Neste ano de 2014, o Inep trouxe mais um indicador de contexto que é a porcentagem de alunos do 3º ano que cursaram todo o ensino médio na escola. Caso a escola “construa” uma unidade para o último ano do ensino médio, com certeza este indicador será próximo de zero, visto que todos os alunos não cursaram o ensino médio nela.

O que são os indicadores de contexto citados na portaria do Enem?

A partir do Enem 2013, na divulgação das médias das escolas, também passaram a ser divulgados os indicadores de contexto. O ano passado foram o indicador de nível socioeconômico (INSE) e o de formação docente. Para este ano, o Inep divulgou o indicador de permanência do aluno e as taxas de rendimento.

Com certeza a divulgação desses indicadores está associada a presença do professor Francisco Soares na presidência do Inep. O professor tem longa trajetória acadêmica com destacada atuação na busca de “tradução” de dados estatísticos educacionais para uso pela sociedade e comunidade escolar. Na visão de Soares, é a riqueza de informações que qualifica a avaliação das escolas, que são muito diferentes umas das outras. Os indicadores de contexto buscam informar sobre características relevantes da escola e que devem ser ponderadas na análise dos seus resultados.

Quais são as melhores escolas para eu comparar com os resultados da minha escola?

A publicação das médias das escolas a partir de 2009 e muito pela ação da mídia, rankings passaram a ser construídos. Infelizmente, pela ausência de outras variáveis para ajustar os rankings, todas as escolas foram comparadas umas as outras, não levando em consideração aspectos muito relevantes como o perfil socioeconômico dos alunos, a taxa de participação ou o número de alunos participantes.

Desde 2013, um conjunto maior de dados passaram a serem divulgados, permitindo agora a escola “encontrar” outras escolas mais semelhantes a ela e cujos resultados são os melhores para a comparação. Tendo como referência os dados divulgados em 2013, sugerimos que a escola selecione para comparação:

  1. escolas de mesma dependência administrativa
  2. escolas com o mesmo perfil socioeconômico
  3. escolas do mesmo município ou estado da federação
  4. escola com faixa de alunos com até 30% de mais ou menos alunos participantes

Dependendo da localização geográfica da escola, essa seleção poderá indicar um número muito grande ou muito pequeno de escolas. No primeiro caso, a seleção pode ser mais restritiva quanto ao espaço (mesmo município) e número de participantes.

Caso o número de escolas seja muito pequeno, sugerimos ampliar a busca, elencando escolas de outras unidades da federação, que possuem semelhança quanto o perfil da economia.

Posso comparar as médias com os anos anteriores?

Sim. Uma das vantagens da Teoria de Resposta ao Item (TRI) é permitir a comparação dos resultados ao longo dos anos. Porém, alguns aspectos deverão ser levados em conta.

  1. Veja a evolução da taxa de participação ao longo dos anos. Em muitas escolas, o aumento na proporção de alunos participantes leva à redução das médias. Isso ocorre porque, como a participação no Enem é voluntária, no início os alunos mais engajados (e muitas vezes com maior domínio dos conteúdos) é que estavam mais motivados a participar.
  2. Avalie a proporção de crescimento das médias da escola em cada área do conhecimento. Assim, será possível verificar a intensidade deste crescimento e também comparar entre as áreas do conhecimento. O cálculo é bem simples, basta usar a fórmula: média do ano posterior menos a média do ano anterior. O resultado deve ser dividido pela média do ano anterior e multiplicado por 100. Veja o exemplo para o cálculo de variação da média entre 2013 e 2014: [(nota 2014 – nota 2013)/nota 2013] x 100.
  3. Tendo as variações das médias ao longo dos anos, veja quais os fatores do cotidiano escolar podem ter promovido a variação. Com certeza a variação (positiva ou negativa) está diretamente relacionada a fatores escolares: mudança de docentes, ações de engajamento com os alunos, uso de simulados, materiais pedagógicos utilizados, carga horária, etc.

O conjunto de conhecimentos que a escola está construindo através dos conteúdos disponibilizados nessa jornada com certeza irá influenciar para além do posicionamento da escola. Esse conhecimento também permitirá a instituição realizar ajustes sobre as ações de ensino, a tempo de influenciar o rendimento dos alunos no Enem 2015, realizado em outubro deste ano.

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