Para quem acompanhou a transmissão da coletiva de imprensa do Inep ou que baixou o PPT (aqui online | aqui pdf), dois aspectos chamaram a atenção.
- Utilizaram a nota da redação no cálculo da média geral divulgada.
- Ênfase na utilização de variáveis de contexto (nível socioeconômico, porte da escola, indicador de permanência, etc)
Essa atitude do Inep é louvável. Afinal a redação na seleção para o Sisu, tem o mesmo peso que as outras áreas e os indicadores de contextos precisam ser levados em conta na construção dos ranking.
Porém, a forma como utilizaram os resultados da redação e o formato da planilha divulgada, leva por terra toda essa boa iniciativa. Acho mesmo que consegue até mesmo anulá-la.
A Redação
Palmas
Com certeza o uso da nota em redação é uma tentativa de prestigiar essa avaliação no contexto das médias do Enem, e deve ser elogiada. Não só a relevância da produção textual para quase tudo que o estudante fará na vida adulta, como também pelo peso dessa nota na seleção do Sisu. Basta você consultar essa planilha online (aqui) para verificar que na maioria dos cursos, a redação tem o mesmo peso que as outras áreas, quando não peso até maior.
Então como não levar em conta os resultados dessa prova no cálculo do ranking?
Só que não
O erro do MEC foi utilizar a média simples das 5 notas (redação, matemática, linguagem, ciências humanas e ciências da natureza) para propor o ordenamento das escolas. Basta ver a tabela abaixo.
Tabela 1: Maiores e menores médias por escola no Enem 2015
Imagine 5 escolas cada uma campeã em uma área do conhecimento ou redação. O nível de excelência entre elas é equiparável, afinal são as melhores. Porém, ao calcular o ranking pelas notas, a escola muito boa em matemática irá ter no mínimo 35 pontos de vantagem em relação a outra escola tão boa quanto ela, só que em linguagens e códigos!
Como escrevemos no post sobre a proposta de um novo para o Enem , utilizar a média simples das notas é um tremendo equívoco. Ainda mais quando existe uma alternativa.
Indicadores de contexto
Palmas
Observando as tabelas divulgadas na apresentação da presidente do Inep, fica claro que algumas variáveis têm grande influência sobre a nota dos alunos. Veja abaixo, dois exemplos de variáveis. Uma em que é claro a influência dela sobre as notas e outra em que a influência é muito pouca.
Além dessas comparações, usando as variáveis de contexto, o Inep também produziu alguns rankings onde duas ou mais dessas variáveis são aplicadas.
Ao todo são 13 indicadores de contexto, todos muito ricos não só para delimitar um ranking específico quanto para caracterizar uma escola que está em determinada posição.
Só que não
Dessa vez a falha não foi quanto ao uso dos dados, mas a forma como são disponibilizados. Quem baixou a planilha com as médias por escola, sabe do que estou falando. Para transformar a planilha original do Inep em uma planilha com recursos de filtro o interessado deverá ter um nível no mínimo de domínio do excel no mínimo intermediário ou pedir ajuda aos universitários.
Ranking +Enem
Quem está acompanhando as nossas publicações, sabe que construímos uma proposta de ranking que leva em consideração os resultados de redação e que utiliza a média das colocações, eliminando as distorções presentes nas notas (veja aqui o post), (baixe aqui a planilha com o ranking).
Em nossa planilha as variáveis de contexto estão bem organizadas e com filtros para se aplicar sobre os dados.
Vídeos
Mas sabemos que não basta a posse de uma excelente planilha, para se fazer uma boa análise. Por isso estamos produzindo vídeos explicando o Ranking +Enem e outro com orientações de como utilizar os filtros para delimitar o seu ranking.
Todos os vídeos serão divulgados na página especial que montamos para esse momento.
Para acessá-la basta visitar a página: www.maisenem.meritt.com.br/ranking-enem-2015
Ps. Não entendi o MEC ter encerrado a transmissão da entrevista coletiva, antes dela ter sido finalizada.