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Enem 2016. Mais do mesmo?

Desde que foi lançado, em 1998, a cada ano o  Enem sofre alguma modificação. Algumas mais profundas (vide 2009) e outras pequenas e incrementais. Porém, grandes ou pequenas essas mudanças hoje dizem respeito diretamente a mais de 8,5 milhões de candidatos, 15.640 escolas e 525 mil vagas no ensino superior. Seria muita irresponsabilidade não dar uma olhada, não? Para poupá-lo da leitura e análise das 15 páginas do edital (link), dediquei a esta tarefa parte do tempo livre que Joaquim Ferreira da Silva Xavier, me concedeu.
O resumo? Não há grande novidades para o Enem 2016. Mas advirto, o seu aluno pode se embolar.
Para este ano, as novidades do Enem foram: a data da prova; a (renovação) da isenção da taxa de inscrição; o valor e as possibilidades de pagamento da taxa, a identificação biométrica, o aplicativo oficial e a plataforma “hora do enem” (ela não faz parte do edital da prova, mas é do MEC e tem relevância).

A data da prova

Em 2009 além das mudanças no instrumento (180 questões), na correção (TRI) e no uso das notas (Sisu) foi a primeira vez que o Enem passou a ser realizado próximo ao fim do ano, para atender aos processos seletivos de faculdades e universidades. Em função do vazamento da prova em 2009 e as eleições em 2010, 2012 e 2014, as provas nestes anos foram realizadas no início de novembro e dezembro. Veja na tabela abaixo.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
prova 05,06 dez 06,07 nov 22, 23 out 03,04 nov 26, 27 out 08, 09nov 24, 25 out 05, 06 nov
observação adiada devido a vazamento. eleições eleições eleições eleições

No geral, em anos de eleições, os alunos “ganham” mais 10 dias para estudos. Porém, para além desse tempo a mais, o contexto eleitoral pode influenciar negativamente os estudos. No momento das provas os resultados das eleições já foram divulgados. Porém, em eleições muito polarizadas, seja no âmbito nacional, estadual ou municipal,  pode ocorrer muita distração para os candidatos, principalmente entre os jovens mais engajados. Em 2016 as eleições serão nos dias 02 (primeiro turno) e 30/10 (segundo turno). Como poucas cidades no país tem as condições para ter segundo turno, o impacto das eleições sobre os candidatos será pequeno.

Dica — > O problema está no efeito psicológico sobre o aluno, que acha que a prova do Enem é em “novembro” e ai adia o início do ritmo mais intenso de estudos (que a meu ver já deveria ter começado).

Valor e pagamento da taxa de inscrição

A taxa de inscrição passou de R$ 63,00 para R$ 68,00 um aumento de 8%. É bem provável que o MEC ano a ano realize atualizações no valor da inscrição, evitando o impacto de maiores ajustes a cada 3 ou 4 anos.

A novidade do Enem 2016 é a possibilidade do pagamento da taxa em casas lotéricas, agências dos correios ou qualquer agência bancária, através de uma Guia de Recolhimento da União, mais conhecida pelo acrônimo de GRU, gerada na plataforma de inscrição.

Dica → Existe a versão avulsa da GRU. Porém, ela não poderá ser utilizada para o pagamento do Enem 2016. A GRU válida é a gerada pelo sistema, na página do candidato.

Identificação biométrica

Apresentada como a novidade que irá impedir que uma outra pessoa faça a prova por um candidato, a coleta da impressão digital dos participantes no momento da prova, foi apresentada pelo ministro Mercadante como a grande novidade deste Enem 2016. Porém, tenho minhas dúvidas. Lendo o edital fica claro que trata-se de um recurso que será utilizado caso haja suspeita de fraude, ou seja DEPOIS da prova.  E não um instrumento para confirmar a identificação do candidato antes da prova. No momento que precede a prova (aqueles 30 minutos após o portão fechar e a prova começar) a digital será coletada e arquivada.

Dica → Não precisa levar lenço umedecido para limpar os dedos. Segundo o MEC será utilizado um selo gráfico, semelhante aos utilizados em concursos públicos. Mas avisem aos alunos sobre possível conturbação antes da prova. Afinal coletar digitais de mais de 40 pessoas, não é rápido não e gera muito burburinho (ainda mais em um momento de tensão pré-prova)

Aplicativo oficial

Na era dos aplicativos, até que demorou para o MEC se mexer. Porém só foram apresentadas as telas do aplicativo. Sim, telas. Até agora, nas duas principais plataformas de dispositivos móveis, o aplicativo ainda não deu as caras. Segundo o MEC o aplicativo será um canal de comunicação com o candidato, trazendo calendário das provas, lembretes, confirmações e resultados.

Quando o aplicativo estiver disponível, prometo baixá-lo e sendo relevante faremos um release aqui no blog +Enem.

Hora do Enem

Com certeza o aspecto mais relevante para o Enem 2016. Anunciada na semana retrasada, a Hora do Enem (horadoenem.mec.gov.br) é uma iniciativa do MEC, que organizou na web uma série de recursos, muito deles de startups da área de educação e tecnologia. Há uma plataforma de estudos, que lhe constrói um plano de estudos, a partir de um diagnóstico que leva em consideração o tempo disponível x curso que pretende concorrer x resultado nos testes. Este diagnóstico é oferecido pela Geekie. Haverão pelo menos 4 simulados, sendo o primeiro agora dia 30/04. Uma novidade que segundo o portal,  estará disponível a partir de 02/05 é o MECFlix (sim, inspiração naquele site que está quebrando as operadoras de tv a cabo), uma plataforma de vídeos que irão apresentar conteúdos e habilidades avaliados na prova e reportagens falando sobre o exame. Nesta empreitada está o Descomplica e a Tv Escola. Todos os serviços da plataforma são gratuitos e segundo o ministro a conta está sendo paga pelo sistema S (Sesi, Senai e Sesc).


*1 Segundo o Censo da Educação Superior de 2014, xxxx das matrículas realizadas utilizaram o Enem no processo de seleção.

*2 Segundo a Constituição o segundo turno só poderá ocorrer em municípios com mais de 200 mil eleitores. Em 2012 (último pleito municipal) houve segundo turno em 50 dos 5.568 municípios.

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